terça-feira, 25 de março de 2014

Aqui vai um post cheio de fotos! Vou contar sobre o 8o congresso internacional de zumbido, organizado pela Tinnitus Research Initiative (TRI) em Auckland, Nova Zelândia, de 10 a 14 de março.


Primeiro, sobre o lugar: shooow de bola. O centro de eventos era ao lado da marina... Tinha cada barco lá, que nem conto! Vejam essa foto do amanhecer para vocês babarem como eu! Com essa paisagem linda, consegui correr 11,2Km pela primeira vez na vida... uma superação (sim, eu estava fora de fuso, rs)!


Além disso, eu adoro lugares onde as pessoas têm a mentalidade do primeiro mundo. Como simples exemplo, vejam a simples placa pregada na porta do banheiro feminino: “para minimizar nosso impacto no meio ambiente, a água da chuva é reciclada do telhado e usada nesses toaletes”. Não é chique demais? Igualzinho aos banheiros públicos do Brasil...


Em segundo, sobre o reencontro: eu considero esses congressos internacionais uma enorme oportunidade de encontrar a minha “família de ideologia”... pessoas que, como eu, acreditam piamente que a cura do zumbido tem que existir e se esforçam bastante - com ou sem condições financeiras – para acelerar novas descobertas. Quero realçar aqui os seguintes nomes:

1. Matteo de Nora (fundador da TRI), um portador de zumbido com uma mente incrível, que foi capaz de idealizar o sonho de ter os melhores pesquisadores do mundo trabalhando juntos. Falou que mantém viva a chama da esperança de que nós possamos descobrir a cura.



2. Berthold Langguth, neurologista e psiquiatra alemão, incansável pesquisador e fomentador de novas ideias. Falou sobre um grande projeto europeu que será iniciado em breve para compreender melhor o zumbido.

3. William Martin (nosso querido Billy), audiologista americano que acaba de se mudar de Portland para Singapura. Um “show man” perfeito para dar aula de qualquer assunto e um ser humano com coração do tamanho do céu. Tem o perfil ideal para trabalhar com pacientes com zumbido! Falou sobre como montar uma clínica de zumbido – partindo do zero – e sobre seu magnífico trabalho de prevenção de zumbido com crianças e adolescentes (Dangerous Decibels).


4. Ron Goodey, otorrino neozelandês recém-aposentado. Outro coração de ouro! Na foto, com sua doce esposa Lesley, que também adoro. Tive o prazer de ser recebida na casa deles.

5. Grant Searchfield, audiologista neozelandês e principal responsável pela organização brilhante desse evento: inteligência física e emocional, bom humor, conhecimento, organização e diplomacia. O que mais precisa?

 


6. Celene McNeill, audiologista brasileira que já mora há muitos anos na Austrália. Tive o prazer de participar da banca de tese dela pela Universidade McQuairie. Pessoa divertidíssima e sabe muito de adaptação de aparelhos auditivos para zumbido, mesmo em pacientes que têm audição oscilante!



Em terceiro lugar, sobre nossa participação: levei uma pesquisa (ousada!), feita em colaboração com o italiano Luca Del Bo, de Milão, sobre pacientes que alcançaram os estágios de remissão total (cura) ou de remissão parcial significativa (com recidivas curtas de zumbido), que vimos tanto aqui no Instituto Ganz Sanchez como na Fondazione Ascolta e Vivi. Modéstia à parte, minha apresentação ficou muuuito melhor do que eu imaginava, depois que aprendi a usar técnicas de Neuro-aprendizagem.

 

Enfim, adorei!
Como “o que é bom, dura pouco”, estou de volta com força total!

Até a próxima!!!



















terça-feira, 18 de março de 2014

Recomendação de curso: Neuro Aprendizagem: Aprendizagem rápida e Memorização

Super recomendo esse curso, para qualquer pessoa, de qualquer idade! 

Depois de termos participarmos deste curso em janeiro e ADORADO o conteúdo e a metodologia utilizada, decidimos fechar mais esta parceria com o palestrante Victor Patrick. Ele participou do programa "Os Incríveis", da National Geographic Channel, e é hoje uma das 3 mentes mais brilhantes do Brasil. 
Se você está estudando para concursos ou precisa fazer apresentações ou simplesmente, quer ter mais facilidade de memorizar coisas, ESSE CURSO PODE MUDAR SUA VIDA! Vagas limitadas.

Onde: Instituto Ganz Sanchez – Avenida Padre Pereira de Andrade, 353 – Alto de Pinheiros – SP
Data: 29 e 30/03 (sábado e domingo)
Horário: das 08 as 18h
Inclui: acesso às aulas, coffee-breaks, almoço e certificado.
Valor: 710,00 (dois dias)


Aguardamos o seu contato!


quarta-feira, 12 de março de 2014

É hoje!!!!

Não esqueça, hoje é dia de Grupo de Apoio Nacional a Pessoas com Zumbido, nosso GANZ. Fiquem ligados online a partir das 15h! http://twitcasting.tv/zumbidonoouvido!


terça-feira, 11 de março de 2014

E tem mais caso de sucesso no tratamento do zumbido!

A Rachel foi considerada um caso de cura e deu entrevista para o programa Bem Estar (Globo, 20-11-2013) para motivar outras pessoas a procurarem tratamento precocemente. Esperamos que esse exemplo realmente possa alavancar outras histórias gratificantes pelo Brasil!

Dessa vez, resumo aqui o que publicamos na edição de fevereiro de 2014 da Revista Audiology Infos, dirigida a otorrinos e fonoaudiólogos. É comprido, mas vale a pena porque mostra nossa filosofia de pensamento.

No dia 12-08-2013, a Rachel, uma arquiteta de 38 anos, contou que estava com zumbido há 40 dias,do lado direito, como um motor, que havia se tornado constante. Além disso, também percebeu: a) uma perda auditiva súbita à direita, que não melhorou neste período (40 dias); b) sensação de ouvido tampado; c) hipersensibilidade auditiva (ou intolerância a sons), como o toque e a fala ao celular, além das vozes das pessoas, que pareciam distorcidas ou metalizadas.

Em relação às dores, ela tinha: 1. otalgia (dor de ouvido) bilateral recente e esporádica; 2. enxaqueca antiga com aura, que já havia melhorado nos últimos 6 meses com medicação; 3. cervicalgia (dor no pescoço) irradiada para ambos os ombros, já em processo de melhora após início da prática de pilates. Ela não se queixou de alterações específicas da articulação temporomandibular, como dor, estalos ou crepitação durante movimento da ATM, nem apertamento ou bruxismo diurno ou noturno.

Em relação aos hábitos alimentares, a Rachel fazia ingestão fracionada de alimentos, sem abuso de cafeína, porém consumindo doces quase diariamente. Em relação a outros hábitos, não foi constatada exposição prejudicial a ruído, a medicamentos ototóxicos ou a ondas eletromagnéticas.

O exame físico otorrinolaringológico era normal, mas ela sentiu dor à palpação da ATM à direita e dor sem irradiação na palpação de ambos os esternocleidomastoideos (pontos dolorosos). A paciente já trouxe na 1a consulta vários exames normais. Sua audiometria com acufenometria e limiar de desconforto a sons mostrou:
  1. Audição normal em ambos os ouvidos até 16.000Hz, mas com assimetria após 6.000Hz (pior à direita)
  2.  Zumbido na frequência de 125Hz à direita, com intensidade de 17dBNS
  3.  Limiares de desconforto a sons entre 80 e 100 bilaterais



Considerando-se todo o conjunto de informações, fizemos as seguintes suspeitas para o zumbido:

  • metabólico (pela ingestão frequente de doces, pelo ouvido tampado e pelo antecedente familiar de diabetes)
  •  somatossensorial (pela dor no ouvido, no pescoço, na cabeça e na palpação da ATM e dos esternocleidomastoideos).
  •  emocional (pela depressão antiga, embora já estivesse em tratamento específico)


Assim, pela lógica, sugerimos na primeira consulta: restrição de doces, avaliação odontológica e, se necessário, uso de medicação específica (não cito aqui pelo risco de automedicação) por 30 dias.

No dia 13-09-2013, Rachel contou sua dentista não havia encontrado problemas. Assim, junto à restrição de doces que havia iniciado logo após a consulta, iniciou o uso da medicação que eu sugeri, com melhora importante nos 10 primeiros dias de associação da medicação com a dieta. Entretanto, interrompeu-a para fazer uma viagem e voltou a piorar do zumbido. Decidiu reiniciar o uso e notou melhora gradativa. Já estava sem percebê-lo há 1 semana. Para verificar se o zumbido estava realmente ausente ou apenas momentaneamente mascarado pelos sons ambientais, colocamo-la dentro da cabina audiométrica. Após dois minutos, ela realmente não teve nenhuma sensação compatível com zumbido. Optamos por manter a medicação por mais 2 semanas, retirando-a para obsevar possível recorrência.

No dia 04-11-2013, Raquel voltou para o segundo acompanhamento, referindo abolição do zumbido há cerca de 2 meses. Por conta própria, já havia interrompido a medicação há 1 mês e, em todo esse período, havia tido apenas dois episódios de recorrência do zumbido, com duração inferior a 5 minutos (zumbido fisiológico). Também notou melhora da intolerância a sons para o nível habitual (“sempre fui sensível com sons”) e melhora da distorção das vozes, sem piora após interrupção da medicação. A audiometria realizada nesse dia mostrou-se normal em ambos os ouvidos até 16.000Hz, com recuperação da assimetria que havia no primeiro exame a partir de 6.000Hz. Não foi identificado nenhum zumbido no silêncio da cabina.


Comentários de interesse do caso:

  1. Preferimos construir mais de uma hipótese diagnóstica (HD) em cada caso, pois isso amplia a possibilidade de estratégias terapêuticas. Tais HD dependem de um conjunto de informações obtidas por anamnese detalhada, exame físico e exames complementares. Em 100% dos casos solicitamos avaliação audiológica e exames de sangue. Quando necessário, evoluímos para exames eletrofisiológicos ou de imagem, ou ainda, para avaliações multidisciplinares.
  2. Apesar dos limiares audiométricos estarem todos normais na primeira audiometria, uma interpretação mais cuidadosa evidencia a assimetria existente entre ambas as orelhas, com prejuízo do lado direito, compatível com a anamnese de zumbido e sensação de distorção de sons à direita. Essa visualização foi facilitada pela extensão da audiometria a mais 6 frequências altas (9, 10, 11.2, 12.5, 14 e 16kHz), porém já daria para ser vista na audiometria convencional em 6 e 8kHz. Assim, a presença do zumbido deve fazer o otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo valorizarem mais as eventuais alterações audiométricas mínimas.
  3.  A avaliação odontológica foi pedida para checar problemas dessa área, mas a dentista não creditou os sintomas de ouvido a isso. Se sua opinião tivesse sido diferente, eu teria concordado em observar primeiro o efeito do tratamento sem a medicação.
  4.  ACREDITAR que pacientes com zumbido de bom prognóstico podem aparecer em nossos consultórios é fundamental para que possamos criar estratégias personalizadas de tratamento com alguma possibilidade de cura ou de melhora significativa. O papel do médico otorrinolaringologista nessa fase é vital. Só quando isso não ocorre é que deveríamos indicar opções de tratamento que visam “apenas” melhorar a qualidade de vida do paciente.

Profa Dra Tanit Ganz Sanchez
Professora Associada da Disciplina de ORL – FMUSP
Diretora do Instituto Ganz Sanchez
Presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido - APIDIZ

domingo, 9 de março de 2014

Obaaa, hoje é dia de mostrar mais um caso legal de zumbido!

O Sr Washington nos autorizou a fazer isso. Ele tem 60 anos, mora em Goiânia e veio para São Paulo para nossa consulta. Contou que tem zumbido parecido com grilo desde a infância (!), mas sempre conviveu com ele. O motivo da consulta (maio 2013) foi uma piora que começou há 5 anos, aos poucos, sem motivo aparente.

Por causa do longo tempo de existência, não conseguimos ter certeza da causa do zumbido naquela época, mas vendo a audiometria atual, suspeitamos que a piora mais recente poderia ser por causa da presbiacusia (perda auditiva natural da idade). Fizemos também a medida do zumbido (vejam na figura). Como ele não percebia a perda auditiva, optamos por medicá-lo.

Na consulta de agosto 2013, ele não tinha percebido diferença nenhuma no zumbido, mas a medida mostrou uma melhora. Optei por insistir um pouco e aumentar a dose da medicação.

Na consulta de novembro 2013, foi a primeira vez que ele percebeu um pouco de melhora. Depois de ver o resultado do novo exame, fiquei ainda mais animada!

Agora, em fevereiro de 2014, ele voltou mais uma vez, sorrindo, dizendo que estava se sentindo ainda melhor. Ahhh, como isso soa bem para os meus ouvidos!!! E não é que o exame constatou exatamente isso?


Ainda temos mais trabalho para fazer, mas já foi gostoso demais ver um caso como esse melhorar dessa maneira, por isso resolvi compartilhar com vocês!!! Entendam as coisas que me chamaram atenção no caso dele:
  • Zumbido com quase 50 anos de existência, sem causa definida. Em geral, não são casos tão bons para melhorar com medicação, mas ele está indo muito bem por enquanto.
  • O volume inicial do zumbido era bem alto: 17dBNS à direita e 15 dBNS à esquerda (o mais comum é entre 5 e 10, como realçado na figura). Com o tempo, foi melhorando e hoje está em 6 dBNS à direita e 7 dBNS à esquerda. 
  • Ele demorou para perceber alguma melhora, mas o exame comprovou que ela já vinha acontecendo, como fruto do uso correto. #ficaadica para que as pessoas não desanimem antes da hora
  • Ele é uma pessoa de bem com a vida, o que provavelmente faz toooda a diferença!


Bem, nossa missão é mudar a cabeça das pessoas e fazer com que elas acreditem – como eu acredito piamente – que várias coisas podem ser feitas para o controle do zumbido. A cura é o sonho de consumo de todo mundo e significa uma melhora de 100%, mas temos que valorizar as melhoras parciais que vão acontecendo ao longo desse caminho!


sábado, 8 de março de 2014

Nossa equipe de mulheres

Não é preconceito, mas sempre que me dou conta, estamos trabalhando prioritariamente com mulheres. Não sei se é pela determinação, pela força ou pelo trabalho com paixão em prol do mesmo objetivo: fazer com que mais gente saiba sobre zumbido, procure trtamento precoce e encontre a cura.

Conheçam algumas dessas amigas, parceiras e guerreiras! Obrigada meninas!








Wanessa Lopes - secretaria
Isabel Gomes - secretaria e contabilidade
Luzia Feitoza - gerência administrativa e financeira
Ana Carolina Almendra, fonoaudióloga, foco em exames audiológicos e testes com recursos tecnológicos para zumbido e perda auditiva
Juliana Casseb, fonoaudióloga, foco em exames audiológicos e processamento auditivo
Jaci Cota, fonoaudióloga, foco em exames audiológicos
Renata Ferreira, fonoaudióloga, foco em canto, voz e ronco
Mariana Escanho, nutricionista, foco em esportistas
Márcia Kii - otorrinolaringologista, foco em zumbido e tontura
Débora Carvalho e Elaine Pereira - assessoria de imprensa
Lucia Zaidan e Ana Flavia Lacchia - assessoria de mídias sociais
Bem, seria injusto eu não citar dois "meninos" que nos ajudam aqui no Instituto também: o João Ricardo Cozac, psicólogo, foco em esportistas, zumbido e biofeedback e o Johnny Sakuramoto, com foco em quiropraxia e acupuntura. Sinceramente, não sei como aguentam tantas mulheres em volta (risos)! 

Recapitulando: parabéns mulheres, por essa data que reflete nossa luta diária como mães, esposas, trabalhadoras e parceiras!!!