sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Como a melatonina afeta a qualidade do sono?


Tem muita coisa diferente que pode influenciar a qualidade do sono: o ambiente do quarto deve proporcionar silêncio, conforto com roupas de cama, temperatura adequada e, principalmente, escuridão. Sim, a claridade das luzes pode atrapalhar o ciclo natural do sono! Isso porque a claridade, mesmo aquela das luzes fracas que facilitam o acesso de crianças ou idosos ao banheiro, impede a produção normal da melatonina, o hormônio responsável pelo sono. 

Com o passar do tempo, a produção da melatonina diminui, por isso os idosos dormem menos tempo do que os jovens. Alguns pesquisadores até defendem que os idosos deveriam fazer reposição de melatonina. 

Quanto mais escurinho for o seu quarto, maior a sua tendência de pegar no sono e de manter as fases naturais do sono. Portanto, esqueça essa mania de dormir com a TV ligada, em especial de fazer uso constante do controle remoto. A mudança rápida das imagens, cada uma com luminosidade diferente, pode ativar seu cérebro e dificultar seu sono!



Outro fator que pode afetar a qualidade do sono é dormir ouvindo música. Por mais que muitas pessoas relaxem bem ouvindo sons calmos na hora de dormir, é importante equilibrar isso para quem tem insônia importante: nesses casos, a dica é ter o ambiente silencioso e escuro!

O maior problema é quando a pessoa tem insônia antiga e depois desenvolve zumbido (por outros motivos)... aí sim, o ideal passa a ser um ambiente com som baixo e neutro (que não chame a atenção) para que possa haver um pouco de equilíbrio no tratamento do zumbido, sem prejudicar ainda mais a insônia. Difícil, não?

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A perigosa relação da diabetes com a audição

Está aí um assunto que merece mais atenção... Cerca de 382 milhões de pessoas no mundo têm diabetes. Algumas se conformam com a necessidade de se privar das guloseimas, enquanto outras vivem burlando as regras e até comem doces escondido da família. 

De um jeito ou de outro, a diabetes é uma doença bem chata, pois suas consequências podem acometer vários outros órgãos do corpo. Bastante ênfase é dada aos problemas visuais, renais e ao famoso “pé diabético”, que não cicatriza e pode levar à amputação.

Pouca gente dá valor aos problemas auditivos dos diabéticos, mas eles têm o dobro da probabilidade de ter esses problemas quando comparados às pessoas sem diabetes. Além disso, 45% dos diabéticos têm perda auditiva. Se lembrarmos que o zumbido é consequência de perda auditiva, está aí uma ligação comum entre todos os problemas.

Portanto, esses dados são muito preocupantes, afinal todos esses problemas estão aumentando rapidamente!!! Para se ter uma ideia, a previsão para 2035 é de 55% de aumento de diabéticos e, até 2050, de 50% de aumento de pessoas com problemas auditivos.

Chocante, não? E o que é mais interessante: muito antes da diabetes aparecer, as pessoas já estão no estágio de pré-diabetes e não sabem! Exames de sangue como glicemia de jejum, hemoglobina glicosilada e curva glico-insulinêmica podem ajudar na detecção precoce. 

Por isso, convido a todos para repensarmos nossos cuidados com a saúde e os possíveis erros alimentares que não valorizamos como deveríamos! 



terça-feira, 4 de novembro de 2014

10 DICAS para tratar e prevenir o zumbido!

1. Em festas, shows ou bares ruidosos: use protetores de ouvido e faça intervalos periódicos (10min a cada 1h). Isso faz muita diferença para a segurança dos ouvidos! Não ache "normal” sair da balada com zumbido!

2. Com fones de ouvido: evite ultrapassar a metade da potência do aparelho ou usar mais que 2 horas seguidas.

3. Alimente-se bem, 4 a 6 vezes ao dia, pouca quantidade, evitando abuso de cafeína, doces, álcool e nicotina.

4. Hidrate-se bem: beba água ou água de coco para seus rins conseguirem eliminar melhor as toxinas.

5. Exercite-se 5 vezes por semana: combata o sedentarismo, um grande inimigo: seu metabolismo vai melhorar!



6. Alivie seu estresse com atividades relaxantes eficazes: yoga, meditação, Tai-Chi-Chuan, Chi-Cong etc.

7. Troque momentos de silêncio por estimulação dos seus ouvidos com baixo volume de sons suaves.

8. Diminua o tempo de celular direto no ouvido: use mais mensagens de texto, viva-voz ou fone.

9. Evite auto-medicação: certos antiinflamatórios e antibióticos podem causar zumbido.


10. Incorpore mais momentos de prazer na sua vida: atividade física, passeios, relacionamentos saudáveis, cinema etc. Momentos de felicidade ajudam a restaurar nossos órgãos, inclusive os ouvidos.


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Como será o Novembro Laranja 2014?

O nosso objetivo é alcançar a população de modo elegante, pacífico, efetivo e que seja vantajoso para todos os envolvidos. O Novembro Laranja é um movimento Nacional criado para popularizar a realidade preocupante dos problemas do ouvido. Durante todo esse mês, diversas ações serão realizadas para alertar os profissionais e, principalmente, o público que sofre com o zumbido. Veja algumas dicas importantes:  

1. Zumbido e intolerância a sons são sintomas dos ouvidos mais vulneráveis a agressões;
2. É necessário investigar corretamente as várias causas desses sintomas; 
3. Tratar precocemente pode fazer toda a diferença na recuperação do ouvido;
4. Mudar pensamentos comuns como "não há nada a fazer" ou "isso não tem cura" para "vamos fazer o melhor possível, mesmo que a melhora seja parcial" amplia a atuação médica e aumenta a chance de melhora do paciente.



Ações do Novembro Laranja em 2014:

1. Durante todo o mês de novembro será postado nas redes sociais pelo menos uma dica por dia que foram feitas por profissionais de diversas cidades, bastante envolvidos no assunto.
2. Terá a 15º edição do Curso Teórico-Prático Intensivo de Zumbido, no dia 08/11, das 8 às 18h, realizado no Instituto Ganz Sanchez. É destinado a otorrinos e fonoaudiólogos, e a inscrição pode ser feita através do nosso site: http://institutoganzsanchez.com.br/cursoteorico.html
3. No dia 09/11 teremos a ação física de conscientização no Parque do Ibirapuera, na Arena Ponte de Ferro, das 9 às 15h. Essa ação é para mobilizarmos a população e alertar sobre a importância da prevenção. Vista-se de laranja e venha fazer parte desse grande movimento! J

Não deixe de acompanhar nossas redes sociais e divulgar nossas dicas na sua região:
Instagram (@zumbidonoouvido)
Twiter (@zumbidonoouvido)

Agradecemos sua ajuda no crescimento e sucesso do Novembro Laranja! Ahh, e use a hashtag #NovembroLaranja ;)


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Como ser parceiro do Novembro Laranja em 2014?

Criamos a Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido em 2009 para realizar ações de conscientização durante o mês de novembro, quando se comemora o Dia Nacional de Conscientização do Zumbido (11 de novembro). 
Em 2014, a ação presencial será no domingo, 09 de novembro, no Parque do Ibirapuera em São Paulo. Mesmo não sendo de SP, você pode nos ajudar! 

1. O que oferecemos?

Informação de qualidade, disponibilizada em nossas redes sociais e na forma de folder específico;
Camisetas da campanha; 
Cópias impressas do folder explicativo com os logos dos apoiadores;
Versão eletrônica do folder explicativo para você reproduzir na quantidade ideal para o evento na sua região.

Gostou? Quer participar? Mande seu nome completo, profissão, instituição pública ou privada que deseja ser parceira por e-mail para contato@institutoganzsanchez.com.br.

2. O que pedimos?

Acesse as dicas assinadas em nossas mídias Facebook (Instituto Ganz Sanchez), Instagram (@zumbidonoouvido), Twitter (@zumbidonoouvido) e blog (http://tanitganzsanchez.blogspot.com.br/) e divulgue-as ao seu público, aumentando o alcance da Campanha em sua região. 
Se você for de São Paulo, acompanhe nossa ação física no Parque do Ibirapuera no dia 09/11; senão, acompanhe nossas notícias.
Vista laranja, tire fotos do Novembro Laranja em sua região e nos envie para divulgarmos sua iniciativa. A dica é sempre colocar a hashtag #NovembroLaranja para que possamos localizar e divulgar sua foto.

Agradecemos sua ajuda no crescimento e sucesso do Novembro Laranja! :)




segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Calmantes para dormir? MUITO CUIDADO!

Para todos os pacientes que atendo no consultório, independente dos motivos que os levaram à consulta, pergunto quais medicamentos estão em uso no dia-a-dia de cada um. Fico pasma de ver como cada vez mais pessoas usam algum calmante (com receita médica controlada) para dormir...
Eu concordo em gênero, número e grau que dormir bem é fundamental para uma qualidade de vida mínima e para manter um equilíbrio emocional razoável.


Também compreendo que algumas pessoas vivem uma vida com taaaantos problemas e com tãããão pouca habilidade de lidar com eles, que a opção mais fácil é recorrer a uma medicação. Isso de fato pode ajudar as pessoas a terem uma ou várias noites melhores, mas... ATENÇÃO!!!

1. Dormir às custas de calmantes não resolve os problemas da vida de cada um. Por isso, se você não se mexer, os problemas continuam e já tem grande chance de você ter que prolongar os medicamentos. Por isso, analise o que VOCÊ pode fazer para melhorar! Mesmo quando você acha que o problema é por causa do comportamento da pessoa A ou B, pense bem como VOCÊ pode mudar seu comportamento para ajudar a resolver tais problemas... um passinho de cada vez faz diferença. Puxar a responsabilidade para si mesmo pode lhe dar mais opções de sucesso do que ficar eternamente se fazendo de vítima da situação.
2. Muitos dos calmantes prescritos de rotina por aí, em especial os benzodiazepínicos, PIORAM a qualidade de sono. Entenda bem: por mais que eles façam você dormir mais cedo, a qualidade do sono depois que você fecha os olhos é muito diferente do sono natural. Por isso muitas pessoas acordam ainda com a sensação de cansaço.
3. O mesmo acontece com a bebida alcóolica. Segundo um dos meus ótimos professores nas aulas de Distúrbios do Sono, “álcool é garantia de noite agitada”. Funciona da mesma maneira: dá sono antes, mas a qualidade fica comprometida. Por isso, o hábito de “beber para acalmar” pode não ser a melhor estratégia para quem tem distúrbios do sono.
4. Uma pesquisa franco-canadense publicada na British Medical Journal alertou para o risco do uso prolongado (mais de 3 meses) de benzodiazepínicos à demência, aumentando em até 51% a chance de desenvolver o Mal de Alzheimer.

Precisam de mais argumentos??? Vamos ser felizes, gente! Resolver os problemas que a vida nos coloca é uma arte! Jogar o lixo (mágoas, decepções, raivas) para fora é fundamental pra nos colocar no caminho certo!!!


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Barotrauma: o que é e como evitar?


Você deve ter lido recentemente que o cantor Justin Bieber, um dos queridinhos das adolescentes, vai operar os ouvidos. Por mais que ele e todos os cantores sejam do grupo de rico para lesar os ouvidos pelo som alto, a cirurgia não vai ser por causa disso, não. 
Segundo fontes, ele teve uma ruptura do tímpano (membrana interna que separa o ouvido externo do ouvido médio) durante uma brincadeira em que saltou de um penhasco para o mar. Provavelmente ele teve um barotrauma, ou seja, uma lesão por diferença abrupta de pressão atmosférica. 

Fica mais fácil entender se lembrarmos que todos nós sentimos algo diferente nos ouvidos – em geral uma sensação de tampado – durante a subida ou descida de carro para o litoral, em decolagens e aterrissagens de avião, em mergulhos de apneia ou de cilindro, em saltos do trampolim ou até mesmo em determinados elevadores modernos de edifícios altos que sobem ou descem muito rápido. Isso é normal, dura pouco tempo e significa que os nossos ouvidos estão tentando equalizar essa diferença de pressão atmosférica.

Entretanto, em algumas situações os ouvidos não conseguem equalizar a mudança de pressão. Nesses casos, a sensação de entupimento dos ouvidos dura mais tempo e pode ser acompanhada de dor, ruptura dos tímpanos ou sangramento no ouvido médio. Aí sim, fica confirmado o barotrauma. E pasmem... muitos dos barotraumas no ouvido acontecem em pessoas que têm problemas de NARIZ, ou seja, que estão resfriados ou em crises de rinite ou sinusite, já que esses problemas respiratórios dificultam a equalização da pressão no ouvido.

Um pulo do penhasco implica que o cantor estava alguns metros acima do nível do mar. Quando pulamos na água, existe grande diferença de pressão atmosférica quando aprofundamos do 1º para o 2º metro. O fato dele ter pulado do penhasco deve ter feito os tímpanos estourarem durante essa fase do mergulho. Quando a perfuração do tímpano não se cicatriza espontaneamente, é necessário fazer uma cirurgia para fechá-la artificialmente, pois o tímpano íntegro é parte importante do processo de audição normal.


terça-feira, 30 de setembro de 2014

Cerumen (cera) impactado: o que é? Quem pode me ajudar?

Se você ainda acha que cera é sujeira, vamos mudar sua ideia HOJE!!! Como é que a natureza perfeita ia colocar sujeira dentro do nosso ouvido, justo um órgão tão importante para a qualidade de vida? Não faz sentido nenhum, certo?
Pois é... a cera (ou cerúmen) é absolutamente normal e deve estar presente em quantidades normais no nosso conduto auditivo (canal do ouvido). Ela serve de proteção, pois mantém o pH estável e evita infecções pelos detritos ou micro-organismos da água, poeira e areia. O conduto auditivo tem, em média, 3cm de comprimento até chegar ao tímpano. Nele existem pelos que se movimentam lentamente para fora, tendendo a jogar a cera para fora (mas só aquela que já foi usada).
Por isso, o ouvido faz sua auto-limpeza sozinho, sem precisar da ajuda (e do perigo) da limpeza exagerada (sim, quem acha que a cera é sujeira tende a limpar sempre, como se fosse falta de higiene). Pense assim: sujeira a gente põe para fora; proteção, a gente quer dentro!



E quando ocorre a cera endurece e entope os ouvidos?
O cerume impactado (ou rolha de cera) acontece quando há excesso de produção de cera ou quando um cotonete empurra a cera para dentro, impedindo sua saída natural. Quanto mais tempo a cera já usada fica dentro do ouvido porque não consegue sair (vejam bem, porque o cotonete faz um “desserviço” ao ouvido!), mais ela fica dura, escura e impactada, podendo causar perda auditiva e zumbido.
Muitas pessoas acham que quando limpam a orelha com hastes flexíveis (cotonete) estão fazendo sua higiene, quando na verdade estão empurrando a cera para dentro do conduto auditivo externo. Além disso, são muito frequentes acidentes com as hastes flexíveis, que podem causar até perfuração timpânica trazendo perdas irreversíveis.
Para evitar que o cerume se acumule, limpe apenas a parte mais externa da orelha durante ou após o banho, sem introduzir nada no canal. Pode ser com a toalha ou lenço umedecido envolto no seu dedo mindinho.

Quais os sintomas?
A sensação que o cerume impactado causa é de ouvido entupido, perda de audição ou zumbido. Se perceber isso, procure um otorrino pra confirmar o diagnóstico e fazer uma lavagem de ouvido. Evite pingar remédios, a menos que tenha sido orientado!


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Poluição sonora: os estragos vão além do ouvido!

Quem acha que a poluição sonora causa “apenas” uma perda auditiva está muuuito enganado! No mundo de hoje, conviver com barulho é algo comum para todas as idades. Muita gente até se acostuma e não sofre tanto quanto outros. Mesmo assim, alguns estragos podem acontecer aos poucos no organismo, mesmo nas pessoas que não se incomodam.

É claro que o ouvido é o principal “alvo” da poluição sonora, pois ele é a porta de entrada. E é claro que a perda de audição realmente pode acontecer! Só que, antes dela ser percebida, dois outros ALERTAS de problemas no ouvido acontecem precocemente e devem ser mais valorizados: o zumbido e a intolerância a sons.

Várias pesquisas comprovam que a poluição sonora afeta outras parte do corpo e pode causar irritabilidade, piora da qualidade do sono, doenças cardiovasculares e dificuldade de aprendizagem em crianças.

Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já reconhece a poluição sonora e seus efeitos sobre crianças e adolescentes como um problema de saúde pública. Nessa idade, os mecanismos para lidar com o estresse são menos eficazes, portanto a irritabilidade, dificuldade de concentração e frustração têm efeito direto no desempenho escolar.

Nossa dica: dê uma avaliada nos locais que você mora e trabalha para ver se está exposto(a) a barulhos frequentes. Avalie também sua exposição a barulhos na vida social, pois os estragos podem aparecer mesmo em situações de lazer!


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Brinquedos sonoros podem prejudicar a audição do seu bebê

Muitos pediatras defendem a estimulação precoce dos bebês. Uma forma de fazê-la é deixar o bebê em contato com objetos diferentes para que ele possa “se divertir” enquanto está acordado. A visão é estimulada pelas cores desses objetos, o tato pelos diferentes tecidos e a audição, pelos sons emitidos. Por isso, as mamães adoram enfeitar o berço dos bebês com brinquedos sonoros. É um modo de entretê-los e acalmá-los..., MAS precisamos prestar atenção no nível de ruído!

Os ouvidos dos bebês são sensíveis e estão em processo de maturação. Alguns brinquedos sonoros emitem sons particularmente agudos e altos. Lembro bem da fase que minhas filhas eram bebês: eu até colocava uma fita adesiva em cima do microfone de alguns dos presentes sonoros que elas ganhavam para garantir que não ultrapassem 80 decibéis. Hoje em dia, com os smartphones, é fácil baixar um aplicativo que ajude a medir o nível de decibéis dos brinquedos e dos sons que chegam ao berço dos nenês.

A Organização Mundial da Saúde anuncia que um barulho de 70 decibéis já pode ser desagradável para alguns ouvidos, embora muitos não se incomodem nesse volume. Porém, acima de 85 decibéis já começa a haver risco de lesão do ouvido, mesmo para quem não se incomoda com esse volume mais alto.

Por isso, o contato frequente com brinquedos barulhentos pode lesar os ouvidos de crianças de 0 a 3 anos, de modo irreversível. Quando isso acontece, pode prejudicar também o desenvolvimento da fala e o aprendizado de um modo geral.

Percebeu o tamaaaaaanho do problema?? Quando for comprar um brinquedo para o seu filho, confira se ele tem o selo de qualidade do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos). Esse selo garante que os brinquedos não trazem risco à segurança e saúde da criança, pois passaram por diversos testes ante de chegar às prateleiras.


terça-feira, 26 de agosto de 2014

Zumbido e audição podem NÃO estar associados?

O zumbido com muita frequência tem associação com algum grau de perda auditiva. Entretanto, em outros casos, ele pode estar associado a problemas emocionais (ansiedade ou depressão) e a dores frequentes na vizinhança do ouvido (cabeça, face, pescoço e ombros).

Dores musculares (chamadas dores miofasciais, por causa da fáscia – camada que recobre os músculos) em músculos próximos ao ouvido podem provocar sintomas reflexos, como zumbido, dor em pontadas, ouvido tampado e até tonturas. Nesses casos, a dor provoca o zumbido ou interfere temporariamente com seu volume.

Nesses casos específicos, a fisioterapia voltada para o tratamento dos músculos pode ajudar a melhorar os sintomas relacionados (zumbido, dor em pontadas, ouvido tampado e as tonturas citadas acima). As sessões visam restabelecer a condição muscular, melhorar a amplitude dos movimentos, aumentar a força dos músculos e controlar a dor. Vale lembrar que quanto mais próximos do ouvido, maior a chance de haver relação com o zumbido.

Então, atenção pessoal!!! Se estiverem sentindo dor na cabeça, no pescoço ou nos ombros relatem isso ao otorrino para que sejam avaliados e, se for o caso, tratados por um fisioterapeuta.


sábado, 23 de agosto de 2014

Zumbido e problemas de circulação: qual a relação?


O ouvido é uma das maravilhas da natureza... apesar de minúsculo, funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive enquanto dormimos... e faz tudo isso SEM ter um estoque de energia para garantir esse funcionamento constante.

Por isso, a chegada do sangue contendo nutrientes que forneçam energia para o ouvido trabalhar direitinho precisa ser muito eficiente! Só que, para piorar as coisas, o ouvido interno (parte que transforma os sons em energia elétrica) só tem um único vaso sanguíneo (artéria auditiva interna) para a chegada desse sangue. Por isso, qualquer doença que provoque estreitamento desse vaso sanguíneo pode piorar a circulação do sangue nesse território e diminuir a função dos ouvido.

Quais são essas doenças? Várias! Entre elas: colesterol e/ou triglicérides altos, hipertensão, diabetes ou pré-diabetes, vasculites, insuficiência vascular cerebral etc. Como essas doenças são comuns e o zumbido também é, muitas pessoas não relacionam uma coisa com a outra e acabam menosprezando a responsabilidade dessas doenças sobre o ouvido!

Se esse é o seu caso, procure um otorrino focado em zumbido e avalie sua saúde em geral. Lembre-se: a prevenção sempre é o melhor remédio. Precisamos pensar em melhorar o nosso “hoje” e o nosso “amanhã”!



quinta-feira, 21 de agosto de 2014

“Epidemia” de zumbido no século XXI: preparando nossos filhos e netos


Há 20 anos, digitar a palavra “tinnitus” no Pubmed fornecia 150 referências (1994). Já em 2012, esse número aumentou para 641, mostrando um crescimento maior que 400% nas publicações científicas. Este é um parâmetro nítido do aumento de interesse sobre o assunto, seja por parte de pesquisadores, universidades, indústrias farmacêuticas e empresas de tecnologia auditiva.
Uma possível justificativa para tal interesse está nas evidências científicas sobre o aumento progressivo de zumbido na população. Afinal, essa prevalência já subiu de 15% (National Institute of Health, 1995) para 25,3% (Shargorodsky, 2010) em apenas 15 anos, tornando-o um problema mais frequente do que a asma, surdez, cegueira ou Alzheimer. E isso já se reflete visivelmente nos consultórios de otorrinolaringologistas de todo o Brasil, haja vista a recente busca por mais informação em cursos e congressos.

Muitas pesquisas comprovaram que perdas auditivas, mesmo as bem discretas, podem causar zumbido. Além disso, quem tem zumbido com audiometria normal ainda pode ter alteração em outro exame mais sensível, que chama emissões otoacústicas. Este exame pode demonstrar lesões menores ainda no ouvido. No nosso dia a dia, quando um adulto tem zumbido, cerca de 90% das vezes já existe perda auditiva em pelo menos uma das frequências sonoras testadas na audiometria. Entretanto, em jovens a situação é diferente: eles costumam perceber zumbido antes de notarem qualquer perda auditiva. Portanto, a presença do zumbido sugere fortemente que ele seja um sinal de alerta precoce para futuros problemas e isso deveria acelerar a busca pelo diagnóstico precoce, seja ela feita por otorrinolaringologistas, clínicos, geriatras, pediatras ou hebiatras.
Em 2007, publicamos uma pesquisa como parceria entre as Universidades de São Paulo e de Iowa, que estudou 506 crianças de 5 a 12 anos (Coelho, Sanchez, Tyler, 2007). Dentre elas, 37,7% deles tinham zumbido e 19% se incomodavam com ele. Estes dados surpreendentes nos motivaram a pesquisar o problema em adolescentes, considerando que eles gostam ainda mais das situações atuais de lazer ruidoso. Assim, convidamos 170 adolescentes do Colégio Santa Cruz, uma renomada escola paulistana, para se submeterem a diversos procedimentos, após autorização dos pais, dentro do ambiente escolar. A escolha de uma escola privada foi baseada na hipótese de que seus alunos, pertencentes a famílias de classe média ou alta, teriam liberdade financeira para escolher os hábitos de lazer, o que nos permitiria observar melhor as opções escolhidas por eles.

Inicialmente, os alunos responderam um questionário para avaliar sua autopercepção de sintomas (zumbido, perda auditiva e hipersensibilidade a sons) e a exposição a potenciais fatores de risco (fones de ouvido, baladas/shows e celulares). A seguir, duas otorrinolaringologistas realizaram o exame físico e removeram cerúmen nos casos necessários, garantindo boas condições para a realização dos exames. Posteriormente, duas fonoaudiólogas realizaram, em cabina acústica, a audiometria tonal de 250 a 16000Hz, limiar de desconforto a sons (LDL), emissões otoacústicas e acufenometria (apenas nos casos em que o zumbido estava presente no momento).

Essa pesquisa, realizada com apoio da FAPESP, foi inédita porque o zumbido foi avaliado por dois métodos complementares: o questionário - que toda pesquisa faz - e a acufenometria, usada como critério de rigor para a confirmação da presença do zumbido.

No questionário dos 170 alunos, 93 (54,7%) responderam que têm ou já tiveram zumbido nos últimos 12 meses. Dentre eles, 51,1% o associaram à saída de ambientes com música alta.   Quanto à acufenometria, 49 alunos (28,8% dos 170 avaliados ou 52,6% dos 93 que relataram zumbido pelo questionário) também conseguiram medir a frequência sonora e a sensação de intensidade do zumbido dentro da cabina acústica, de modo reprodutível.

Independente se considerarmos a resposta do questionário (54,7%) - metodologia semelhante às demais pesquisas - ou a da acufenometria (28,8%), já evidenciamos que a prevalência de zumbido entre adolescentes é maior do que a de outras faixas etárias, como visto anteriormente. Ainda mais interessante foi o fato do zumbido provocar pouco incômodo (média da escala numérica de 0 a 10 = 3,58) nos adolescentes, fazendo com que eles não contassem aos pais nem procurassem ajuda médica. Pensando em termos de “epidemia”, esse parece um terreno fértil para uma “proliferação” do problema, já que esses fatores atrasam o início do tratamento e contribuem para que o zumbido se torne cada vez mais crônico.

Esta geração de jovens tem potencial para viver até os 100 anos. É possível e provável que esses ouvidos com zumbido sejam mais sensíveis a lesões no futuro, por isso devem ser avaliados com mais frequência e mais cuidado, pois poderão ter perda auditiva mais precoce do que outras gerações.
Há 20 anos, era quase unanimidade que o atendimento a um paciente com zumbido evocasse automaticamente no otorrinolaringologista um pensamento parecido com “não há nada que possa ser feito” ou “você precisa aprender a conviver com isso”. Entretanto, a investigação etiológica do zumbido e a definição da conduta terapêutica são atos próprios do otorrinolaringologista, embora o trabalho de equipe interdisciplinar seja uma ferramenta muito valiosa, em especial nos casos difíceis.
Por isso, para os interessados em ter um novo olhar sobre um problema antigo, já temos à disposição:
- um protocolo bem definido de investigação médica e audiológica para determinar as principais etiologias do zumbido e auxiliar na diferenciação dos subgrupos, auxiliando no atendimento do dia a dia;
- um protocolo de “handicap” validado e traduzido para o português, auxiliando como instrumento para pesquisas científicas;
- médicos ou centros com atendimento especializado, às vezes até bastante interdisciplinar, em nível de SUS, convênios e particulares, em várias cidades;
- cursos, painéis, mesas redondas ou plenárias sobre zumbido em todos os grandes congressos de otorrinolaringologia no Brasil, via de regra com salas cheias;
- eventos internacionais de zumbido: o International Tinnitus Seminar, existente desde 1981 e ocorrendo a cada 3 anos; o Tinnitus Research Initiative, existente desde 2006 e ocorrendo anualmente.
Assim, com o conhecimento científico crescente e condições melhores de atendimento, cabe aqui uma reflexão: a frase “zumbido não tem cura” por enquanto é verdadeira no sentido literal da palvara cura. Entretanto, por algum motivo, ela é frequentemente associada a “não ter nada para fazer”, o que não é coerente com as várias opções de tratamento publicadas, com eficácias distintas que provavelmente serão maiores, quando forem aplicadas especificamente a subgrupos de pacientes com zumbido.
Curar-se envolve, via de regra, percorrer um caminho que proporciona 100% de melhora na linha de chegada. Muitas doenças não têm cura definitiva, mas é rotina que os médicos invistam esforços pessoais para amenizar e controlar pacientes com rinite alérgica, polipose nasal, asma, hipertensão, diabetes, etc. Percorrer o caminho do tratamento do zumbido e poder obter melhora parcial, seja de 20%, 50% ou 80%, como se consegue com outros sintomas da Medicina, já poderia ser um fato mais aceito pelos otorrinolaringologistas.
Muitos mistérios ainda precisam ser desvendados e muita coisa ainda precisa ser feita para que o otorrino “abrace” o zumbido com mais naturalidade, assim como se faz com as amigdalites, nódulos de pregas vocais, desvios de septo e perfurações timpânicas.
Os vários fatores que justificam esse aumento sensível de prevalência do zumbido - maior exposição a ruído, a ondas eletromagnéticas, a erros alimentares e a estresses diários - vão continuar presentes em nossas vidas por muitos anos. Então, fica lógico entender porque até crianças e adolescentes começaram a apresentar esse problema. Infelizmente, é provável que nossas próximas gerações de filhos e netos tenham maior probabilidade de precisar de nossa ajuda para diagnóstico, tratamento ou prevenção, o que seria um motivo pessoal a mais para o zumbido entrar de vez na pauta do otorrinolaringologista.

Profa  Dra. Tanit Ganz Sanchez, Professora Associada da Disciplina de ORL da Faculdade de Medicina da USP; Presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ).

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Você se irrita com sons que as outras pessoas não estão nem aí? Fique de olho: pode ser misofonia ou hiperacusia!


Há anos nós atendemos pacientes que se incomodam demais com determinados sons. Eu sempre pensei neles como pessoas hipersensíveis e confesso que tinha uma tendência de “colocar várias coisas numa cesta só”.

Como meus pacientes costumam vir procurar ajuda por causa do zumbido, essa hipersensibilidade auditiva ficava misturada com a queixa principal.



Mais recentemente, algo se clareou MUITO na minha mente à medida que fui prestando mais atenção aos detalhes da hipersensibilidade auditiva. Vamos lá:

1. Alguns se incomodam com o VOLUME dos sons (ex: TV, música, vozes das pessoas, restaurantes etc). Quando fazemos o LDL (loudness discomfort levels) – um exame complementar à audiometria para estimar qual o volume que os sons começam a incomodar cada pessoa -, os resultados costumam ser alterados. Essas pessoas podem perfeitamente conviver com os sons que os incomodam, desde que o volume deles esteja mais baixo. Isso descreve os casos puros de hiperacusia.

2. Alguns se incomodam com a PRESENÇA dos sons e sua repetição, mesmo que eles sejam baixos (ex: mastigação, respiração, deglutição de saliva ou alimentos, tosse, pigarro, assoar de nariz etc). Quando fazemos o LDL, os resultados costumam ser normais. Essas pessoas não conseguem conviver com os sons que os incomodam enquanto eles estiverem presentes e isso não tem relação com o volume. Além disso, parece existir uma conexão direta entre os sons que ouvem e uma reação incontrolável de raiva e irritabilidade. Isso descreve os casos puros de misofonia ou Síndrome da Sensibilidade Seletiva a Sons (4S).

Como a Medicina é algo muito variável, os pacientes costumam ter uma mistura de ambos os tipos de hipersensibilidade: alguns incomodam pelo volume, outros pela simples presença.
Anotem esses nomes na mente de vocês: esse assunto é mais comum do que pensamos e ainda vai dar muito o que falar. O programa Fantástico vai exibir uma reportagem sobre misofonia, a princípio no dia 24-08-14, com uma participação nossa para esclarecer a população e ajudar no incentivo de formas de tratamento. Esses pacientes têm grande restrição da vida familiar, social e profissional, levando ao isolamento, tanto pelos sons como pela falta de compreensão dos familiares e amigos.

Portanto se você tem ou conhece alguém que tenha um desses problemas, informe-o para que procure seu otorrino de confiança!!!

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

14º CURSO TEÓRICO-PRÁTICO INTENSIVO DE ZUMBIDO


Caros amigos otorrinos e fonos, convidamos vocês para o 14º CURSO TEÓRICO-PRÁTICO INTENSIVO DE ZUMBIDO realizado integralmente no Instituto Ganz Sanchez no dia 13/09/2014.

Sempre inovando; este é nosso jeito! Usando a conhecida didática e capacidade de síntese para compartilhar ideias, abordaremos tudo que é relevante para o atendimento de pacientes com zumbido em consultório. Diferente de outros cursos previamente ministrados pela Dra Tanit, este evento terá a participação prática e ativa da plateia em todas as aulas. Para melhor aproveitamento do conteúdo prático, este curso é aplicado a pequenas turmas (30 vagas por curso), de modo informal e com tempo para troca de experiências entre os participantes. Por ser um trabalho de equipe, sugerimos a participação de duplas de otorrinos+fonos para aumentar a probabilidade de implantação do aprendizado nos consultórios.

Organização:            Profa Dra. Tanit Ganz Sanchez (Otorrinolaringologista Livre-Docente pela FMUSP, Diretora-Presidente do Instituto Ganz Sanchez e Presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido - APIDIZ)

Gerência Financeira e Administrativa: Luzia Feitoza e Wanessa Lopes

Público alvo: Otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos

Data:              Sábado, 13/09/2014, das 8h às 18h

Local:             Av. Padre Pereira de Andrade, 353. Bairro: Alto de Pinheiros, São Paulo – SP.
                        Ponto de referência: entrada pequena do Parque Villa Lobos

Contato:        (11) 3021-5251 ou contato@institutoganzsanchez.com.br

Inscrições:     R$ 425,00 (acesso às aulas, coffee-breaks, almoço e certificado). Ficha de Inscrição: acesse aqui.

Formas de Pagamento: Depósito Bancário: 033 (Banco Santander), Agência: 0560 - C/C: 13.002187-9 CNPJ: 12.380.605/0001-34. Favorecido: Instituto Ganz Sanchez Organização de Eventos
- Boleto Bancário: favor solicitá-lo através de Telefone: (11) 3021-5251 ou Skype:
institutoganzsanchezoficial ou e-mail: contato@institutoganzsanchez.com.br

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Perfil de personalidade pode ter relação com o sofrimento do zumbido

Cada vez mais pessoas têm zumbido no mundo todo e, diferente do que se pensa, isso não é exclusividade dos idosos. Até crianças e adolescentes têm zumbido com frequência, porém a maioria deles não se incomoda com a presença do som.

Por isso, cada vez mais os pesquisadores entendem que “não basta ter zumbido”, algo mais tem que acontecer para que o sofrimento com ele apareça.

Uma das possibilidades tem a ver com o perfil de personalidade. Todo mundo sabe que a vida oferece inúúúmeros motivos para uma pessoa se estressar, ficar ansiosa ou deprimida... mas nem todo mundo fica!! Alguns têm uma habilidade natural (ou aprendida) para lidar melhor com as dificuldades ou para  aceitar melhor as perdas do que outros.



Pesquisadores do National Institute for Health Research (NIHR) em Nottingham descobriram que as pessoas solitárias, preocupadas, ansiosas ou com instabilidade de humor têm mais incômodo com o zumbido do que outras pessoas. Portanto, concluíram que as pessoas com perfil de personalidade neurótico têm mais tendência de sofrer mais com o zumbido.

Outras pesquisas já haviam demonstrado que o perfil perfeccionista e metódico também. Por isso, hoje eu aceito numa boa que “não basta ter zumbido”; precisamos ver “quem” tem esse zumbido – identificar o perfil de personalidade faz parte dessa abordagem mais holística, ampla e profunda que nós fazemos de rotina no Instituto Ganz Sanchez, olhando a pessoa como um todo.

Por isso, em paralelo com o tratamento do zumbido, procure levar uma vida com mais acesso ao lazer/prazer, mesmo sabendo que isso é difícil em algumas profissões. Lembre-se SEMPRE: procurar ajuda médica precoce faz toda a diferença para o sucesso do tratamento!

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Dicas práticas para melhorar do zumbido com alimentação saudável!

Essa semana teremos o GANZ - Grupo de Apoio Nacional a pessoas com Zumbido. A convidada é a nutricionista Tânia Rodrigues que já foi convidada do programa Bem Estar da Globo e vai bater um papo comigo, Dra. Tanit Ganz Sanchez.
Você pode assistir ao vivo, de qualquer lugar do mundo, no dia 06 de agosto, quarta-feira, 15h ao vivo no link http://us.twitcasting.tv/zumbidonoouvido
Tire as suas dúvidas sobre nutrição e zumbido no ouvido, respondemos as questões na hora!

e aqui o meu convite!


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Zumbido e vertigem em crises: sinais da Doença de Ménière



Nome francês e difícil de escrever (com dois acentos!), homenageia o pesquisador Prosper Ménière que descreveu o problema no século XIX. Essa doença pode ser um verdadeiro “tsunami” na vida de quem a tem...

As pessoas que sofrem “só” com zumbido no ouvido já sabem o quão chato isso pode ser. Como “besteira pouca é bobagem”, imaginem sofrer também com crises de vertigem, que duram horas a dias, e ainda vêm junto com ouvido tampado (“pressão no ouvido”) e perda de audição? N-i-n-g-u-é-m merece!!
Esse conjunto de sintomas caracteriza a Doença de Ménière, que ocorre pelo aumento da pressão da endolinfa (líquido existente dentro do labirinto, que fica dentro do ouvido).

Então Doença de Menière é o mesmo que labirintite? NÃO, mas é um dos tipos! No começo, essa doença ocorre em crises que voltam ao normal, mas ela pode ser progressiva, com crises mais frequentes e riscos de perda de audição e zumbido constantes.

Se esse é o seu caso, está mais do que na hora de procurar um otorrino da sua confiança para tratar o quadro atual e ainda evitar piora no futuro!


quinta-feira, 24 de julho de 2014

60% dos calouros universitários têm algum tipo de perda de audição

Entrar na faculdade é um marco enorme em nossas vidas! Eu me lembro muito bem dessa conquista de-li-ci-o-sa e merecida, depois de tanta dedicação aos estudos! Sem falar na vida social, nos vários “novos amigos” e, claro, as famosas festas universitárias.

É a mais pura verdade que alguns “trotes” para os calouros são um exagero e acabam gerando “efeitos colaterais”. Só que as festas dessa moçada alegre -  que nem sempre tem maturidade para entender os riscos - também podem prejudicar muito os ouvidos.

Fiquei “pasma” de saber que até 60% dos calouros universitários apresentam algum tipo de perda de audição! Eu não esperava que fosse tanto assim...  

Vivemos em uma época com muitos fatores que causam trauma acústico (lesão pelo som), mas nem sempre percebemos o quanto os sons altos podem lesar as células ciliadas do ouvido interno. Só que algumas pessoas têm essas células ainda mais sensíveis que o normal, por isso, ficam mais vulneráveis quando escutam música alta, seja nas festas e baladas, seja no fone de ouvido. 

Então, calouros, vamos aproveitar as festas com cuidado, para que terminem a faculdade tão bem quanto começaram! Lembrem-se dos protetores de ouvido e dos intervalos de 10 minutos a cada hora de balada! 


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Você costuma dormir pouco? Cuidado, isso pode prejudicar seu cérebro!


Gente, nossa vida de hoje está uma loucura, não? Seja pela correria do dia a dia, pelos mil afazeres em casa depois do trabalho ou por ser perseguido pela insônia, o fato é que dormir bem  é um privilégio para poucos. Alguns até acabam se acostumando com isso e nem reclamam muito... mas quem sente falta daquele soninho gostoso deve, sim, procurar ajuda médica! Um estudo norte-americano recentemente publicado na revista Journal of Neuroscience mostrou que ficar sem dormir pode causar danos irreversíveis às células cerebrais e até mesmo a perda de neurônios.


Para comprovar essa hipótese, alguns camundongos foram examinados após períodos de sono curtos, longos e normais, tal como acontece na rotina de alguém que não consegue dormir a mesma quantidade de horas todas as noites. Como resultado, ao longo prazo, foi observada uma queda na quantidade da proteína que controla a produção de energia das mitocôndrias (SirT3) e a perda de 25% dos neurônios responsáveis pelo controle metabólico.



Bom, precisa falar mais alguma coisa? Uma boa noite de sono reflete em algumas funções essenciais para o nosso organismo, como a distribuição de energia, o metabolismo e, possivelmente, outras áreas importantes do cérebro. Além de ter quantidade de horas, ainda é importante ter um certo “ritmo” de sono, ou seja, manter o horário de dormir e de acordar o mais estável possível, evitando noites que alternam sono curto e longo.


Portanto, você que achava que dormir, no mínimo, 6 horas por noite, em ambientes silenciosos, sem claridade, era besteira, está na hora de rever seus conceitos! Caso você de insônia mais duradoura procure um especialista!

Como nós somos apaixonadas pelo estudo do zumbido, já aproveito para dizer que alguns distúrbios de sono – como a apneia obstrutiva e a insônia inicial, medial ou final – podem ter relação com o zumbido. Portanto, essa é mais uma justificativa para procurar tratamento... 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Como proteger os pets dos barulhos da Copa?

A Copa do Mundo está na reta final, mas as festas continuam bombando, literalmente!! A cada gol, cada vitória, vários fogos de artifícios e rojões são lançados. Os humanos adoram isso! Mas... e os animais de estimação?Donos de uma grande sensibilidade auditiva (até 4 vezes maior que a nossa), os cães ficam extremamente incomodados e assustados com esses barulhos altos e abruptos.Proteja seus peta!

- coloque tufos de algodão nas duas orelhas dele durante as partidas

- tente mantê-lo em local um pouco mais afastado da bagunça; se não der, mantenha-o perto de você e abrace-o. Sentir essa segurança vai ajudar a minimizar o medo, mas não o desconforto com os sons.

- em casos extremos, veja com o veterinário se ele pode medicar. Essências homeopáticas e florais também ajudam a acalmar os cães durante o barulho das comemorações.


domingo, 29 de junho de 2014

Copa do Mundo, zumbido e perda de audição


Vuvuzelas, cornetas, apitos e toda a parafernália “verde e amarelo”, além dos gritos (de alegria ou desespero) e até escolas de samba (ui, fora de época!) que estão fazendo parte da nossa Copa podem prejudicar, E MUITO, nossa audição.

Nos estádios e bares esses sons têm o mesmo volume, mas nos locais menores e mais fechados, os sons reverberam nas paredes e voltam para os ouvidos mais vezes, aumentando o desconforto e o potencial de lesão nos ouvidos. Lembramos que, para qualquer lesão auditiva por ruído, precisamos considerar TRÊS fatores:

1. O volume do ruído - definitivamente os sons da Copa estão altos demais! 

2. O tempo de permanência nesse ruído - o jogo tem uma hora e meia, mas a preparação também é barulhenta, assim como o intervalo e a comemoração pós jogo. Isso aumenta a exposição para um mínimo de 3-4 horas consecutivas com volume alto. Quanto maior o tempo de exposição, maior o risco de lesão.

3. A fragilidade/vulnerabilidade de cada ouvido aos mesmos ruídos - quem é mais sensível, tende a sair desses locais com zumbido ou ouvido tampado. Quem acha que isso é "normal" porque desaparece após algumas horas, engana-se! O zumbido é um dos primeiros sinais de fragilidade do ouvido a sons, ou seja, quanto mais se expõe, maior a chance de lesar definitivamente.

Proteja-se

A primeira e mais importante forma de proteção é utilizar protetor auricular, isso não significa colocar algodão no ouvido, NÃO adianta nada!! Pode ficar tranquilo que você vai continuar ouvindo todos os lances normalmente. Descanse os ouvidos por 10 minutos a cada 1 hora. Procure um lugar tranquilo, dê uma respirada e volte para torcida.

E se o zumbido permanecer?

Se a pessoa sair do estádio, do bar ou da festa com zumbido no ouvido que não desapareceu até o dia seguinte, isso configura um TRAUMA ACÚSTICO e precisa ser tratado o quanto antes, de preferência até 48 horas, com medicamentos. Por isso, procurar o otorrinolaringologista de confiança precocemente é FUNDAMENTAL ao perceber os problemas.

Comparação

O último jogo do Brasil, contra Camarões, foi "monitorado" do ponto de vista sonoro no espaço da Fun Fest. Como é um ambiente aberto, estima-se que as medidas obtidas estejam próximas às de um estádio.

A escala de barulho na Fun Fest de 23-06-14:

Gols do Brasil: 110 dB a 115 dB
Corneta vendida nos arredores: 106 dB
Entrada de Hulk em campo: 104 dB
Batuque em bar ao lado da Fan Fest: 104 dB
Torcedores cantando “Sou brasileiro”: 100 dB
Torcedores cantando “O campeão voltou”: 98 dB
Reação ao gol de Camarões: 96 dB
Torcedores batendo palmas: 90 dB
Durante o jogo:  85 dB a 90 dB
Antes do início do jogo: 75 dB a 80 dB

Para comparar:

Turbina de avião a jato: 140 dB
Show de rock: 105 dB a 120 dB
Avião (com motor não a jato): 115 dB
Serra elétrica: 110 dB
Furadeira: 100 dB
Rua com tráfego intenso: 85 a 90 dB
Aspirador de pó: 85 dB
Professor dando aula: 70 dB
Conversa em volume normal: 60 dB

Falar sussurrando: 20 dB 

Fonte: Faculdade de Engenharia da Unesp

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Fone de ouvido ideal: isso existe ou é coisa surreal?

Pela lei 11.291, os fabricantes de equipamentos portáteis sonoros individuais são obrigados a informar seus clientes de que volumes acima de 85 dB podem lesar o sistema auditivo. Como saber se estamos extrapolando no uso dos nossos fones de ouvido?
Apesar de ser uma invenção maravilhosa, o uso do fone de ouvido de maneira abusiva pode prejudicar a saúde, em especial a dos ouvidos. Tudo por causa do excesso de volume, excesso de tempo com o aparelho, vulnerabilidade individual de cada pessoa ou todos os fatores juntos!
Sempre falamos sobre as principais maneiras de prevenção, mas não custa repetir: não ultrapasse a metade da potência de cada aparelho (volume) e nem fique com o fone por mais de duas horas seguidas. Com esses dois fatores sob controle, resta apenas a vulnerabilidade individual de cada um, que é muito difícil de conhecer e controlar. 

Quais problemas o mau uso do fone de ouvido pode causar?
1.    Aos ouvidos: 
Perda de audição: é a lesão mais conhecida e temida, porém ela demora para acontecer e as pessoas dificilmente acreditam que vai acontecer com elas.
Zumbido: é um barulho no ouvido (chiado ou apito) que pode ser melhor percebido em momentos de silêncio, como antes de dormir. É um sintoma de lesão inicial, portanto aparece mais precocemente do que a perda auditiva. Em geral, o zumbido é o sinal de alerta que a lesão já começou, mas que ainda pode ser revertida se novos cuidados forem tomados. Portanto, esse é o momento ideal de procurar ajuda médica, ANTES de perceber alguma perda auditiva.
Hipersensibilidade auditiva ou intolerância a sons: as pessoas começam, progressivamente, a se irritar com sons do dia-a-dia que antes não incomodavam. Exemplo: vozes, TV, música, eletrodomésticos, etc. Também pode aparecer antes da perda auditiva, com ou sem zumbido, mas é o sintoma menos comum de todos.
2.    Ao sono:
O principal é a insônia inicial ou medial (dificuldade para começar a dormir ou para manter o sono).
3.    Outros danos:
Diminuição da concentração, agitação, nervosismo e até aumento da pressão arterial!!!
Existe um fone de ouvido ideal?
Sim. Recentemente dei uma entrevista para a VEJA e gostei muito porque ela juntou minha opinião médica com uma pesquisa sobre a segurança de cada tecnologia.
Há 4 tipos de fones principais, criados por motivos diferentes. Qualquer tipo pode prejudicar a saúde auditiva se for usado em abuso (de volume ou de tempo), principalmente nas pessoas mais vulneráveis. Ou seja, usar um determinado modelo de fone não necessariamente isenta do risco de problemas. O grande diferencial para a saúde é o fone que tem abafador de ruído externo: ele anula parte dos sons do ambiente e permite que o volume dos fones não seja tão alto nem lesivo para os ouvidos. 
O mais indicado é o HEADPHONE (mais conhecido como modelo concha): ele envolve a orelha toda. É mais recomendado porque não agride tanto os ouvidos, permite melhor isolamento acústico, evidencia a percepção de graves e agudos e permite ouvir música com grande fidelidade em volume mais baixo.
O design já veda parte do ruído ambiente, mas certos modelos de headphone ainda têm o “noise cancelling”, que é a maior vantagem de um fone de ouvido: por meio de um microfone, ele capta a frequência do som externo e emite outra, invertida, de mesma intensidade, para que um som anule o outro.
É ideal para usar em locais barulhentos, como a rua ou o transporte público, pois isola parte dos ruídos externos.

Portando você pode sim, usar fones e apreciar suas músicas favoritas... com moderação e adequação, a gente aprova!!!